Como reconhecer e denunciar diferentes tipos de violência
A herança da colonização do Brasil tornou nossa cultura extremamente violenta e com diversas facetas que incidem principalmente contra a população negra, contra as mulheres, contra LGBT, dentre outras populações não brancas.
Contudo as violências se dão de diferentes formas e muitas são naturalizadas no nosso quotidiano, de modo que muitas das vezes não são percebidas pela vítima, logo não são denunciadas.
Porém, como toda violência, impactam fortemente na saúde mental e emocional das vítimas diretas e indiretas (que presenciam a violência, como os filhos), e que geralmente, mesmo sem perceber, passam a reproduzir alguns dos comportamentos violentos.
Como a cultura estabelece as relações a partir da heteronormatividade, as violências machistas podem ser reproduzidas também entre casais LGBT, mesmo em casais de mulheres.
Tipos de violência
Violência moral: difamação (fofoca), xingamentos, palavrões... (crime de injúria).
Violência psicológica:
Ataque a autoestima
Ex.: “Ninguém gosta de você, só eu eu pra te aguentar”, “Você é muito burra”, “não sabe fazer nada direito”
Chantagem
“Se você me deixar eu me mato”, “Se continuar falando com ela tá tudo acabado entre nós”,
Violência Patrimonial: destruição de objetos pessoais (celular, roupas, carro, etc.)
Violência física: empurrão, chute, pontapé, tapas, socos, cotovelada, estrangulamento (violência comum de homens contra mulheres)...
Violência sexual: qualquer ato libidinoso para obtenção de prazer sem consentimento ou forçado, não necessariamente implicando somente em ato sexual com penetração.
Violência conjugal: há a crença popular de que há obrigações conjugais entre casais, o que vem da heteronormatividade, e, se trata da suposta obrigatoriedade das mulheres estarem sempre a disposição para servir os homens, principalmente a prática sexual, contudo, essa cobrança também pode ocorrer entre casais de mulheres.
É importante saber que nenhuma mulher é obrigada a ter relações sexuais se não estiver com vontade, mesmo que seja com a namorada ou esposa, nem sob ameaças de parceira/o, e, se acontecer também é considerada violência sexual.
Senso comum geralmente usado como ameaça: “quando não se tem em casa vai buscar na rua.”
LGBTfobia
Homofobia: o termo já foi usado de forma generalista para a população LGBTIQ+, contudo, pela dimensão e as diferentes formas de manifestação dos preconceitos e discriminação contra as diferentes populações o termo usual atualmente é LGBTfobia, pois compreende que a lesbofobia, transfobia e bifobia se manifestam de diferentes formas. Assim na III Conferência Nacional LGBT foi aprovado o uso do termo LGBTfobia.
LGBTfobia: refere-se a atitudes e sentimentos negativos em relação a pessoas LGBT. Referindo-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional, motivadores de diversas formas de violência.
Lesbofobia: refere-se a atitudes e sentimentos negativos em relação às lésbicas, que geram violências agregadas ao machismo e a misoginia.
Transfobia: refere-se a atitudes e sentimentos negativos em relação às transexuais.
COMO DENUNCIAR
Números importantes
Disque 100
Registra denúncias de violência LGBTfobica, contra idosos, crianças, moradores de rua, pessoas com deficiência e outras populações em situação de vulnerabilidade.
Funciona 24h e a ligação é gratuita de telefone fixo ou celular.
OBS.: Não faz atendimento emergencial.
Registra denúncias de violência contra as mulheres, incluindo violência contra lésbicas, mulheres bissexuais, travestis e transexuais.
Funciona 24h e a ligação é gratuita de telefone fixo ou celular.
O atendimento encaminha as denúncias para Ministério público dos estados.
OBS.: Não faz atendimento emergencial.
PM - Polícia Militar
O atendimento de emergências nas cidades é feito pela PM através do número 190, que é geral para todo o Brasil.
A denúncia pode ser feita por qualquer pessoa, mesmo que não esteja envolvida no caso de violência.
Em caso de violência contra mulher é importante pedir direcionamento para Delegacia especializada (DEAM) ou para a Casa da Mulher Brasileira.
Funciona 24h e a ligação é gratuita de telefone fixo ou celular.
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (pronto-socorro)
O atendimento de emergências nas cidades é feito através de número 192, que é geral para todo o Brasil.
Atende a casos de emergências de saúde, incluindo tentativas de suicídio.
Funciona 24h e a ligação é gratuita de telefone fixo ou celular.
Defensorias Públicas
Cada estado possui um número próprio.
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